Chapter 28: Capítulo 27
Chapter 28: Capítulo 27
Eu odiava palestra com todas as minhas forças e pelo o que falavam no terceiro ano era o que mais
tinha. Eu dormia toda hora e acordava com os cutuques de Lya.
— Garota você não dorme a quantos dias? — sussurrou — Meu deus, parece um urso — rolei os
olhos.
— Não dorme mais não que daqui a pouco você vai ser expulsa por causa do seu ronco, sua
motosserra — Gusta enfiou a cabeça entre as duas cadeiras onde estava eu e Lya e como o esperado
eu lhe dei médio.
Essa noite eu não havia dormido muito bem, acordava toda hora e estava tendo sonhos estranhos e
um deles foi até com o Gael.
Não considero nem sonho, já era pesadelo mesmo.
— Eles vão ficar falando quantas horas? O dia inteiro? — resmunguei me ajeitando na cadeira.
— Para de ser velha, Manuela — Naty sussurrou pra mim com sua atenção voltada para a palestra.
Elas falavam sobre o provão e sobre as faculdades que ela poderia direcionar com as bolsas. Eram
muitas e as únicas que me interessava ali eram as faculdades internacionais, as mais difíceis de
entrar.
Era o meu sonho e eu tinha certeza que iria conseguir realizá-lo. Ficar no Brasil após acabar o ensino
médio era uma das últimas coisas que eu queria.
Finalmente depois de muita falação o segundo sinal bateu e nós saímos pra o intervalo.
— Antes as palestras do que a aula da Vanise — Gusta abraçou Naty de lado e despejou um beijo na
lateral da cabeça da mesma.
— Deus me livre — fiz cara de nojo — Qualquer coisa é melhor que palestra, até aula de álgebra.
— Ai você forçou, piranha — empurrei de leve a Lya que riu.
Como hoje era o dia da ultrassom eu estava em jejum absoluto, só estava bebendo água e retendo a
urina ao máximo.
Ou pelo menos tentando, segurar o xixi pra mim era uma coisa muito difícil.
A draga que habitava em mim implorava por um lanchinho.
— Oi, gentinha — Mariah parou na frente da mesa onde estávamos — Sábado a noite a festa é na
minha casa — deu um convite pra cada um.
— Pra quem levou um pé na bunda você tá ótima, Mariah — Lya disse sarcástica e nós rimos.
— Espero que vocês consigam ir, se não conseguir ótimo — disse com umas das sobrancelhas
arqueadas.
— Foi por isso que Caleb terminou contigo — gargalhei alto após Pedro falar.
Ela saiu com raiva junto com as amigas dela jogando os cabelos. Mariah era uma das populares da
escola, não sei o que os meninos viam nela e as meninas também, ela só era mais uma garota rude e
que se achava melhor que todo mundo.
Se alguém via isso como alta qualidade ao ponto de admirar, sinceramente, era caso de psiquiatria.
Eu e Mariah nunca me demos bem e adivinha o motivo? Gael. O primeiro e segundo ano foram
resumidos em brigas porque eu e ela queríamos o mesmo garoto e ele só queria uma de nós que no
caso era eu. Ela infernizou minha vida de diversas formas e tentou de tudo pra separar eu e Gael.
Se eu soubesse tinha deixado pra ela, não iria perder nada.
Acho que seu auge da vida foi quando nós terminamos e ele ficou com ela durante um tempo pra me
provocar, mas felizmente eu não me sentia nenhum pouco provocada. Até achava que eles
combinavam, lixo com lixo, casal perfeito. Mesmo depois de um ano ela ainda não gosta de mim, só
me chamava para as festas por chamar enquanto eu mal lembrava da existência dela.
— Vocês vão? — pedro perguntou mexendo no celular — Apesar da dona da festa ser uma escrota, é
uma das melhores festas do pessoal da escola.
— Pelo menos ela presta pra alguma coisa — sorri e joguei o convite na mesa — Talvez eu vá.
— Se vocês forem, eu vou — Lya disse mastigando seu salgado. Belonging © NôvelDram/a.Org.
Ficamos conversando até o intervalo acabar e depois nós voltamos para a última palestra do dia,
agradeci mentalmente por isso, eu não aguentava mais ouvir a voz desse povo.
— E voltaremos a tortura — bufei ao entrar na sala.
— Deixa de ser chata, Manuzinha — Pedro colocou suas mãos em meus ombros e me guiou.
E que começasse a tortura novamente.
...
Depois que as palestras acabaram ainda tiveram ainda uns três tempos de aula. Me despedi do
pessoal e fui caminhando em direção ao portão de saída, provavelmente o senhor pontual já estaria
me esperando. Hoje foi o dia em que menos pensei na gravidez, distrai minha cabeça com outras
coisas e pela primeira vez funcionou.
Não foi como eu não pensasse em nada mas também não deixei que minha mente me torturasse
como estava à dias.
Observei toda rua procurando o carro de Diego e o mesmo estava um pouco a frente do colégio e no
outro lado rua. Em passos lentos fui em direção e parei na frente do mesmo esperando que Diego
destrancasse a porta pra mim. Entrei no mesmo e Diego estava vestido numa calça jeans lavagem
clara, uma camisa gola v preta. O cheiro forte do seu perfume estava por todo carro, cheguei a ficar
enjoada.
— Estava aqui a muito tempo? — puxei o cinto.
— Não, uns dez minutos só — ligou o carro e deu partida.
Durante o caminho nós trocamos poucas palavras, não sabia se era por conta do nervosismo, por
causa da noite anterior ou só o de sempre mesmo. Cada vez que ia ficando mais perto da clínica eu ia
ficando mais nervosa e tentava de várias formas me distrair mas tudo era em vão.
Já tinha acabado com todas as minhas unhas de tão nervosa.
E além de estar nervosa eu estava morrendo de fome, duas coisas que não combinavam.
Uns trinta minutos depois nós chegamos, Diego estacionou o carro perto da clinica e eu peguei
apenas minha carteira com meus documentos dentro.
— Você está bem? — tirou o cinto e me olhou.
— Sim — menti. Desci do carro segurando minha carteira e meu telefone.
Entramos na clínica e a mesma estava praticamente vazia, havia poucas pessoas. Fiz minha ficha e
Diego pagou a consulta na recepção.
— O médico já vão chamar vocês, só aguardar — a menina só faltava comer Diego com os olhos.
— Obrigada — sorri gentilmente e me sentei em uns do bancos que havia na sala de espera.
Roía as unhas, sacudia as pernas, mexia no celular tudo ao mesmo tempo de tão nervosa, parecia
que a qualquer momento iria perder a sensibilidade das pernas. Uns quinze minutos depois o médico
me chamou, eu levantei e fui o seguindo até a sala que seria feita a ultra. Diego veio logo atrás de
mim, apesar de não demonstrar nada eu sabia que ele estava nervoso assim como eu. O médico saiu
para que eu pudesse me aprontar e quando voltou eu já estava deitada com a blusa do colégio
levantada e a calça jeans um pouco abaixada.
— Manuela Herrera, certo? — assenti sorrindo — O que te traz aqui, Manuela? — ligou o aparelho.
Expliquei toda situação pra ele e o mesmo deu como entendido. Diego estava no canto da sala
observando tudo, ele não expressava nada apenas ficava olhando bem atencioso.
— Podemos começar? — assentimos.
O médico colocou um gel na minha barriga e logo em seguida começou a passar o aparelho por toda
região uterina. Meu coração estava acelerado e só faltava sair pela boca. Ele mexia com o aparelho
na barriga de um lado para o outro e o fora contra ela, não era nada desconfortável. A sala que estava
silenciosa foi tomada aos poucos pelo som do coração do bebê, o médico aumentou o som e nós
escutamos seus batimentos cardíacos acelerados.Meus olhos se arregalaram e fiquei estática, não
sabia demonstrar um terço da mistura de emoções que eu estava sentindo. Olhei para Diego que
estava vidrado na tela com os olhos brilhando também sem acreditar.
— Parabéns, casal — o médico sorriu amigavelmente — Vocês são os novos papais do ano.
Eu não tinha reação pra nada, estava em total estado de choque.
Eu estava tão alienada que não percebi que o médico já tinha limpado toda minha barriga do gel e
falava comigo sobre o bebê.
— Você está com quase cinco semanas — sorri fraco — Tente não se irritar e ficar nervosa, isso faz
mal para bebê.
— E os enjoos doutor? São normais? — perguntei com a voz falhando e me sentei na maca.
— Sim — sorriu — Até o final do primeiro trimestre e dependendo eles voltam lá para a 22 semana, ou
seja, seu sexto mês de gestação.
O médico me falou mais algumas coisas importantes e depois disso me entregou a ultra em um
envelope.
Tinha um bebê sendo gerado em meu ventre.
Eu estava grávida, grávida do Diego.