NÓS

Chapter 15: Capítulo 14



Chapter 15: Capítulo 14

— Vocês estão querendo me matar — Alex colocou a mão na cintura.

Já disse o quanto eu achava gente bêbada chata?

Estávamos a meia hora tentando colocar Alex em baixo do chuveiro e estava sendo uma eterna luta.

— Alex, pelo o amor de Deus, entra aí logo — Victor disse impaciente.

— É você né, seu viadinho, quer me matar — gargalhei alto.

Enquanto os meninos não aguentavam mais, eu estava com a barriga doendo de tanto rir.

— Alex, agora é sério, entra nesse caralho — Diego disse firme e eu tentava não rir.

— E a Dora aventureira se revolta — disse embolado.

Iria dar quatro horas da manhã e ninguém mais suportava Alex bêbado, a gente só queria deitar e

dormir. Gabriel do jeito que chegou deitou, dava para ouvir seu ronco.

E nós estávamos aqui, ainda na luta.

— A gente não quer te matar, só queremos que você entre nessa merda de chuveiro — Victor

gesticulou com as mãos.

— Vocês não me enganam — serrou os olhos e negou com o dedo indicador.

— Só pode ser brincadeira — Diego bufou e se encostou na porta.

Depois de muito tempo conseguimos colocar ele no chuveiro, contra a vontade dele, claro. Ele tomou

um banho gelado e saiu do banheiro uns minutos depois só com a cueca que eu tínhamos deixado pra

ele colocar.

— Cadê minha cerveja? — deitou na cama.

— A gente teve que te ver de cueca parecendo um frango depenado e você preocupado com cerveja

— ri e o cobri.

Ele dormiu em segundos, dormindo nem parecia que tinha tirado total paciência nossa.

Me despedi de Victor e fui para meu quarto, Diego veio logo atrás já que, infelizmente, seu quarto

ficava de frente para o meu.

— Se você não tomar banho vai chocar um total de zero pessoas — disse antes de entrar em seu

quarto.

— Me poupe, Diego — entrei e fechei a porta.

Parecia que tinha passado um trator no meu corpo, eu estava só o caco.

Reboco bom é reboco que você pode até estar só o bagaço mas ele fica intacto. Tirei a mesma com

lenço demaquilante e em seguida entrei de baixo do chuveiro, a água estava morna e uma delícia.

Tomei uma ducha demorada, coloquei meu blusão e escovei meus dentes. Eram cinco horas da

manhã, coloquei meu telefone pra carregar e me joguei na cama, responderia as mensagens mais

tarde, estava doidinha pra tirar um sono e sem saco pra ficar vendo rede social.

...

Mensagem on:

Lya Vaca:

Como assim você ainda não beijou no ninguém, Manuela???

Eu

Ué gente, sou obrigada?

Lya Vaca:

O que aconteceu com a piranha que habita em ti, amiga? Não é possível que ela esteja de férias em

PLENO CARNAVAL.

Eu

É o primeiro dia ainda garota deixa de surto, atribulada

Lya Vaca

Meu deus o mundo está perdido

Você não é a mesma

off.

Primeiro dia de carnaval tinha sido ontem e Lya queria que eu tivesse pego Angra toda. O que ela This belongs to NôvelDrama.Org.

achava que eu era?

Acordei eram onze horas e eu ainda estava deitada, a ressaca estava acabando comigo, eu sentia

uma dor de cabeça horrível. Peguei um remédio na minha nécessaire e tomei, deitei de novo e me

cobri com a coberta.

Fiquei vendo algumas publicações de ontem no Instagram, tinha até umas marcações nos story que

eu nem lembrava.

Depois de um tempo tomei coragem e fui tomar um banho. Sai com o cabelo molhado e secando o

corpo, coloquei um short jeans e um biquíni cortininha. Meu rosto estava só pela misericórdia então

passei um base e um rímel pra ficar menos pior.

Eu tinha perdido o café da manhã daqui do Hotel, teria que pedir alguma coisa pra comer por fora.

Olhei o cardápio que ficava na mesinha ao lado da cama, disquei o número da recepção e pedi

panquecas com mel, um ovo mexido com presunto e um suco de maracujá.

Eu estava faminta.

Meia hora depois meu café chegou, não estava nem aí que já ia dar meio dia, café da manhã pra mim

era a hora que eu acordasse.

Comi igual uma draga e quando acabei fui escovar meus dentes, mandei mensagem para Victor e o

mesmo disse que eles estavam na área de lazer do Hotel, me olhei pela última vez no espelho e fui

até eles. Passei na recepção antes para deixar minha chave pra poderem arrumar o quarto, estava

ficando uma zona.

— Que cara é essa de vocês, crê em Deus pai todo poderoso — me sentei ao lado de Gabriel que

encostou sua cabeça em meu ombro.

— Maravilhosa, eu sei — Diego se gabou e eu bufei.

— Eu nunca mais bebo na minha vida — Alex colocou a mão na barriga.

— Que bom, é até melhor pra gente — Diego disse mexendo no telefone e alex deu o dedo médio pra

ele.

— Concordo com a Dora aventureira, eu tinha esquecido como você é insuportável bêbado — victor

fez careta.

— Muito — disse e ele me tacou uma almofada — Ei! — ri.

— Vai se foder vocês, pra que inimigos.

— Estamos aqui para total apoio e julgamento, Alexzinho — Gabriel fez voz de bebê.

— Até agora só estou escutando julgamentos — rolou os olhos.

— Acontece — encolheu os ombros rapidamente.

Resolvemos entrar na piscina e ficamos praticamente a tarde toda na mesma.

— Esse hotel não tem uma gringa — Gabriel bufou observando o lugar.

— Sabe chegar nem em brasileira quem dirá em gringa — Diego riu.

— Deixa ele, sabe nem falar o português direito — me deu o dedo médio.

Saímos da piscina quando começou a ficar um pouco cheia e tinha dado fome na gente. Pedimos

picanha com fritas no almoço, o bom desse hotel é que ele tinha tudo, até um mini restaurante.

— Qual vai ser o esquema de hoje? — perguntei.

— Dormir o dia todo — Alex falou com a cabeça apoiada nas mãos.

— Tá achando que cachaça é água, cachaça não é água não — Victor cantarolou e nós rimos.

A comida chegou e nós almoçamos tranquilamente. Antes de cada um ir para seus respectivos

quartos, combinamos a hora que iríamos sair. Já eram cinco da tarde e todo mundo ainda estava

exausto, então decidimos ir para o centro de Angra só a noite.

Iria aproveitar e tirar um sono até dar horário pra começar a se arrumar.

...

As ruas estavam lotadas como o esperado e como já eram oito horas da noite, as pessoas estavam

mais que bêbadas.

Pareciam Alex ontem.

Para quem estava com cara de morte no início do dia os meninos estavam bem alegres. Alex estava

com uma garrafa de cerveja na mão, na mesma hora olhei pra Victor que bufou e rolou os olhos, seria

mais uma noite dando trabalho, certeza.

— Você não disse que não ia mais beber? — arqueei a sobrancelha.

— Disse? — se fez — Não me recordo, loirinha.

Sonso, né?

Nós ficamos andando para todo canto e onde nós parávamos, nós fazíamos amizade.

Chegava ser engraçado.

Hoje eu tinha tirado o dia pra beber, pra encher a cara mesmo.

Carnaval, amores.


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