NÓS

Chapter 13: Capítulo 12



Chapter 13: Capítulo 12

Bom dia com muito ziriguidum porque hoje é carnaval caralho.

Acordei animada, pra mim essa época era a melhor do ano tirando o ano novo, que eu também

gostava demais. Sempre tinha bagunça e muita bebida envolvida.

Eram dez da manhã, tomei uma ducha demorada, lavei meu cabelo e sai do box com duas toalhas,

uma no corpo e uma na cabeça. Escovei meus dentes e passei uma máscara de skincare, dava pra

fritar um ovo de tão oleoso que meu rosto estava esses últimos dias.

Sério, estava bizarro.

Sequei meu cabelo com o secador e tirei a máscara que já estava seca, joguei água gelada no rosto e

sai do banheiro. Vesti meu biquíni tomara que caia branco e um shortinho jeans. Passei uma base no

rosto e um rímel, antes de sair e ir de encontro com os meninos passei perfume e hidrante.

Cheirosa sempre, né.

Mandei mensagem pra Gabriel e o mesmo respondeu que eles estavam tomando café da manhã.

Enquanto ia a encontro dos mesmos cumprimentei com um sorriso algumas pessoas que passavam

por mim, diferente de ontem hoje o hotel estava bem mais movimentado.

— Chegou o dragão — Alex estava com voz de sono e mexia no celular.

—Bom dia para você também, Alex — dei um beijo na cabeça de Gabriel que estava comendo bolo.

— Bom dia, mana — sorriu.

Fui me servir e fiquei maravilhada quando vi a mesa de café da manhã do hotel, era enorme e tinha

tudo o que podia imaginar. Minha fome era de três mendigos e cinco evangélicos, a draga que

habitava dentro de mim agradecia por uma mesa dessas. Peguei bolo de cenoura e bolo de banana,

alguns tipos de salgados e um suco de laranja. Voltei pra mesa e eles estavam discutindo o que nós

iríamos fazer hoje.

— Eu apoio ficar no hotel até dar o horário do bloco — Victor enfiou uma empadinha na boca.

— Por mim tanto faz — disse de boca cheia.

— Colocou a mesa do café toda ai no prato, né? Misericórdia, jesus tem poder — Gabriel arregalou os

olhos.

— Nem envolve Jesus nessa, é melhor — Victor falou.

Dei língua para os dois.

— Vamos fazer trilha, eu vi uma que é só quinze minutos andando — rolamos os olhos.

Diego não se mancava nunca?

— Cinco minutos de trilha eu vou estar durinho no chão morto, esquece Diego — Gabriel balançou a

cabeça negativamente — Tenho muito o que viver ainda.

Ficamos até eu terminar de tomar meu café tentando decidir algo para no final resolvermos ficar no

hotel mesmo. Passei no quarto antes pra escovar os dentes e depois de já escovado fui pra piscina. O

dia estava lindo, bem quente, merecia mesmo um mergulho. Quando cheguei os meninos estavam no

barzinho bebendo como o esperado, pedi um drink e me sentei com eles.

— Vocês vão sair de que hoje? — Victor perguntou bebendo seu Whisky com gelo.

— Sereia — fiz biquinho e coloquei a mão em baixo do queixo.

— Cuidado pra não confundirem o rabo de sereia com o de piranha, hein — dei um tapa do braço de

Gabriel. Idiota.

Meu drink chegou e eu agradeci o garçom que sorriu amigavelmente. Estava delicioso, nem dava para

sentir o gosto do álcool direito.

— Vou de Diego mesmo — se gabou — Tem fantasia melhor que essa?

— Se fosse halloween você iria arrasar — pisquei e ele rolou os olhos — Relaxa que no carnaval

também é valido. This text is © NôvelDrama/.Org.

— Cansativos — Gabriel bufou.

— Eu vou de gatinho mas não é surpresa pra ninguém, então eu vou de eu mesmo praticamente —

alex deu um sorrisinho de lado. Se acha né?

— O amor próprio é tudo — levantei as sobrancelhas rápido.

— Nesse caso eu já acho que é cegueira — Diego falou e nós rimos.

Fomos para a piscina e ficamos conversando e bebendo até umas duas da tarde, depois disso fomos

almoçar e cada um foi para seu quarto descansar antes de partimos para a folia. Esse ano seria bem

diferente dos outros, não teria Lya e nem Natália para fazer as merdas comigo. A falta que minhas

meninas iriam fazer nesse carnaval somente eu e Deus sabíamos.

..

Fiz aquele reboco de qualidade pra combinar coma minha fantasia. Eu estava maravilhosa, uma

grande gostosa nessa saia de tule. Alguém tinha batido na porta, abri e era Gabriel e Alex, ambos sem

blusa com orelha preta de gatinho e uma gravata borboleta no pescoço.

— Uau — disseram em uníssono

— To gata eu sei — me gabei — Queria poder falar o mesmo de vocês.

— Se manca garota, eu estou irresistível — Alex fingiu que jogou o cabelo e eu ri.

— O que vocês querem? — me encostei na porta.

— Estamos te esperando la em baixo, vê se não demora fazendo favor — assenti e eles saíram.

Me olhei no espelho pela última vez antes de sair. Passei meu perfume e peguei minha pochete

prateada que estava com minha identidade, dinheiro e meu celular. Tranquei o quarto após sair e

guardei a chave. Desci e os meninos estavam na sala de estar do hotel me esperando.

— Que isso loirinha — sorri — Ficou razoável, hein — dei o dedo médio para ele.

Eles não me respeitavam.

Victor estava com um short tactel de estampa florida e um arco de flores na cabeça, gay demais. O

menos paparicado era Diego, que estava com uma bermuda jeans branca e um cordão de flores em

volta do pescoço. Nunca tinha visto sua tatuagem na costela, era uma frase mas não dava pra ver o

que estava escrito direito.

— Limpa a baba, pirralha —passou por mim e lançou um sorriso debochado.

O ignorei, não iria me estressar com Diego e acabar com meu primeiro dia de carnaval por causa das

graças dele. Os meninos chamaram dois táxi para nos levar até o centro, já que eles iriam beber, ir de

carro não era uma boa ideia. O motorista nos deixou um pouco antes do centro porque ele estava

fechado, os carros não passavam mais por causa do bloco. Gabriel pagou e nós saímos, mesmo

distante da folia o clima de carnaval já estava no ar, algumas pessoas bebendo, outras já bêbadas e a

mistura de músicas que cada passo que você dava era um gênero diferente.

Eu amava tudo isso.

Andamos uns dez minutos até chegar no centro de Angra, ainda estava rolando a concentração e eu

já comecei a dançar as músicas que tocava. Victor e Diego foram pegar bebidas para nós em um

depósito próximo e ficou eu, Gabriel e Alex esperando eles voltarem. As meninas passavam e só

faltava se jogar no pé deles. Elas eram cegas?

— O pai é irresistível, não tem como — Gabriel deu um sorriso e eu balancei a cabeça negativamente.

— Você acha mesmo que elas olharam para você? — Alex cruzou os braços.

— Óbvio —bufou.

Os dois ficaram discutindo igual duas crianças sobre pra quem as meninas que passaram olhando.

Era cansativo demais esses garotos. Logo Diego e Victor voltaram com as cervejas e nós fomos para

o meio do bloco, onde estava entupido de gente e quase que não dava para andar. Se não for pra ficar

no meio do tumulto, eu nem vou.

Esse carnaval estava a cara do erro.

Tinha tudo certo para dar errado e eu nem gostava, não é mesmo?


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