Minha Esposa Muda

Capítulo 11



Capítulo 11 

Instantes depois, Thales retirou sua mão e não olhou mais para Flavia. 

Ele virou–se para Rosana, dizendo suavemente: “Eu te levo de volta ao hospital.” 

“Mas…” Rosana relutou, mas ao encontrar o olhar gelado de Thales, engoliu suas palavras antes de dizê–las. 

Naquele momento, ele era como um marshmallow envolto em lâminas de faca, aparentemente gentil, mas mordê–lo resultaria em sangramento profundo; Rosana não ousou desafiá–lo. 

“Meu pé está doendo, me abrace.” 

Thales inclinou–se, e diante de Flavia, levantou–a nos braços. Rosana envolveu seu pescoço, lançando um olhar provocativo para Flavia. 

Como se dissesse: Veja, você não significa nada para ele. 

Ele carregou Rosana, passando por Flavia sem olhar para trás, o vento levantado pela sua roupa fazendo dançar os fios de cabelo dela. 

Flavia baixou os olhos, e sua mão suspensa no ar lentamente caiu. 

Assim que Thales partiu, o ar tenso da sala finalmente circulou, e Daniel correu até ela, ajudando–a a se levantar. 

“Flavia, você está bem?” 

Flavia baixou a cabeça em silêncio por um momento, antes de olhar para Daniel com um leve sorriso e balançar a cabeça, indicando que estava bem. 

Um vislumbre de pena passou pelos olhos de Daniel. A pessoa amada oferecendo carinho a outra mulher, sem sequer lançar um olhar para ela, como poderia estar bem? “Thales é um idiota! Não fique triste.” 

Todo mundo podia ver o quanto Flavia o amava, exceto ele próprio, que a tratava como uma familiar, mimando outra mulher bem diante dela. 

Se isso não é ser um idiota, o que é? ConTEent bel0ngs to Nôv(e)lD/rama(.)Org .

“Sérgio, me leva ao hospital, estou quase sem sangue.” Bianca disse meio brincando, tentando animar o ambiente. 

Sérgio olhou para ela com desdém: “Você ainda percebe que está perdendo sangue? Quem te mandou ser tão impulsiva?” 

Bianca fez uma careta, e então disse a Flavia: “Vivi, vem me ajudar, ai… não consigo andar.” 

Ao ouvir isso, Flavia também se apressou a ajudar, segurando o braço de Bianca, olhando–a com culpa. Bianca encostou a cabeça em seu ombro, sem dar a ela a chance de se desculpar. 

Daniel também se juntou, dizendo: “Vamos, vamos, antes que morra em cima da Flavia!” 

“Vai à merda! Pé–frio!” Bianca chutou em sua direção. 

Daniel esquivou–se rapidamente: “Uau! Você está cada vez mais vulgar, não vai conseguir se casar assim!” 

“Não é da sua conta!” 

O ambiente de repente se tornou mais leve, todos protegendo a dignidade de Flavia, exceto Thales, que permitia que ela fosse pisoteada repetidamente pelos outros. Ouvindo a troca de insultos, Flavia baixou a cabeça, lutando para segurar as lágrimas, sem querer estragar o clima de alegria. 

Sérgio interrompeu a briga, “Chega, vamos ao hospital, com ferimentos assim e ainda provocando.” 

Enquanto falava, olhou para Flavia, também sentindo pena dela. 

Mas ele não disse mais nada, guiando Bianca para fora. 

Flavia também foi ao hospital. 

. Ela e Sérgio esperavam do lado de fora enquanto Bianca estava examinada, sentindo–se tonta por causa da febre, e muito frio, tremendo constantemente. Sérgio notou sua condição e perguntou: “Você está bem?” 

Flavia levantou a cabeça, tentando sorrir para ele, sacudindo a cabeça para indicar que estava bem. 

Sérgio não disse mais nada, tirou seu casaco e o colocou sobre Flavia. 

Ela ficou tensa, seus olhos se arregalando um pouco em pânico ao olhar para Sérgio. 

Vendo que ela tentava tirá–lo, Sérgio falou: “Vi que você estava com frio, use por enquanto, quando sairmos você me devolve.” 

Flavia comprimiu os lábios, incapaz de se comunicar com ele por não saber a Língua Gestual. 

Naquele momento, Bianca saiu da sala de tomografia, e ambos olharam para ela. 

Sérgio perguntou: “E então?” 

Bianca segurando a cabeça, lançou–lhe um olhar irritado, “Ainda não saiu o resultado, mas acho que não é nada.” 

“A cabeça é algo que se pode bater à toa? Volte para casa e pense em como vai explicar isso ao pai.” 

Bianca se assustou, apressando–se em agarrar o braço de Sérgio, “Não, por favor, não conte ao pai, eu te imploro! Não sou tão tola, foi apenas uma garrafa de cerveja, eu não seria estúpida a ponto de usar uma garrafa de licor para me acertar.” 

Enquanto conversavam, Flavia, ao lado, balançou–se e caiu estatelada no chão. 


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